THE SMALL-WORLD PROBLEM: a teoria de Stanley Milgram

                                                                             

Rosangela Silveira Garcia

 

Stanley Milgram (1933-1984), psicólogo social publicou em 1967 um artigo intitulado “The Small-World Problem”, com o objetivo refletir sobre como se estabelecem as conexões entre os indivíduos.  Para sustentar sua tese, Milgram (1967) propôs uma experimentação que consistia em designar a indivíduos de uma determinada região o envio de um envelope para uma determinada pessoa desconhecida, os experimentos foram denominados como Kansas e Nebraska Studies (Acesse a imagem demonstrativa do experimento)

Migram teve como meta compreender como as pessoas no mundo estão conectadas, ou seja, o autor investigou a probabilidade de duas pessoas, selecionadas aleatoriamente, saberem uma da outra – compartilharem um conhecimento mútuo, que é uma pessoa que conhece os dois - e a quantidade de intermediários necessários para que estes indivíduos sejam conectados. Essa experiência foi chamada "The small problem" e serviu como base à  Teoria do Conectivismo.

Duas visões filosóficas são apresentadas sobre o problema do mundo pequeno: o primeiro ponto de vista sustenta que quaisquer duas pessoas no mundo, não importa o quão distantes umas das outras, podem ser conectadas em termos de conhecimentos intermediários, e que o número de elos intermediários entre elas seria relativamente pequeno.  O segundo ponto de vista sustenta que existem lacunas intransponível entre vários grupos e que, portanto, dadas quaisquer duas pessoas no mundo, eles nunca se ligam porque as pessoas têm círculos de amizades, mas não pode nunca ser capaz de fazer o salto para outro círculo. Este ponto de vista vê o mundo em termos de círculo concêntrico de conhecidos, cada um dentro de sua própria órbita. Para Milgram estamos conectados socialmente uns aos outros e estas conexões não se organizam de forma aleatória.

 O mundo contemporâneo se constitui com base em uma organização social apoiada pela informação, onde redes de comunicações e informação eletrônica estruturam a nova morfologia social, ou seja, uma Sociedade em Redes (CASTELLS, 2006). Neste contexto a teoria de Milgram toma novas formas, pois os graus de separação entre os sujeitos estão menores - as cadeias que nos unem são relativamente pequenas - e a distância geográfica não é um fator determinante destas novas organizações dos círculos.

A configuração das redes sociais foi subvertida pelo advento da internet, os laços se estreitaram e o isolamento é quase uma utopia.

 

CASTELLS, Manuel. In: CASTELLS, Manuel e CARDOSO, Gustavo (org). A Sociedade em Rede: do conhecimento à acção política. Disponível em https://www.cies.iscte.pt/destaques/documents/Sociedade_em_Rede_CC.pdf. Acesso em 15/08/2012, 2006.

MILGRAM, S. The Small-World Problem. Psychology Today, vol 1, n.1, Maio, 1967, p.61-67.